Dominó Sinfônico

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Dominó Sinfônico – foi o nome do Concerto Didático que os alunos do Ensino Fundamental I tiveram a oportunidade de apreciar no dia 27 de abril, na imponente Sala São Paulo. Sob a regência do maestro William Coelho, a Orquestra Sinfônica da USP encantou um público de mais de 1.000 crianças de diversas escolas de São Paulo, inclusive a nossa. Neste evento, em curto espaço de tempo, foram apresentadas mais de 50 melodias que a humanidade tem ouvido há 300 anos e, por isso, diferem de muitas que saem de moda rapidinho.

Bem… você deve estar se perguntando: — Como crianças, tão agitadas, poderiam ficar quietinhas, num lugar como esse e ainda apreciar música erudita?

Realmente não é simples. Existe toda uma estrutura e preparação para que isso aconteça. Como o próprio nome já diz, o concerto é didático e, traz também artistas de teatro que, de maneira lúdica, atraem a atenção deste público mirim e o envolve com a magia da música, da arte e da expressão.

Acho que realmente sou suspeita para falar… mas com certeza valeu… valeu a espera… valeu a expectativa… valeu o aprendizado… valeu o brilho em cada olhar… Valeu! Enfim… Foi emocionante! E ainda mais emocionante, ver as crianças participando ativamente da última música. Atentas à regência da ‘assistente do professor’, uma das personagens, e divididas em famílias, como na orquestra, acompanhavam com gestos a música, e sem nenhuma palavra, atendiam os sinais da encantadora maestrina… Muito lindo!

Ouvi diversos comentários, gostosos de se ouvir e dentre eles, a percepção deste aluno me chamou a atenção: “— Toda vez que a música começava, o teatro continuava, mas sem falar…” Arthur – 1º ano.

É isso! Comunicação! Que palavrinha desgastada, não é mesmo? Nosso amiguinho percebeu que ela não está apenas nas palavras… mas no gesto, no olhar, na emoção, nas entrelinhas… Neste mundo tão cibernético, robotizado, que não nos falte a sensibilidade para comunicar, ou melhor, que não nos falte a sensibilidade para traduzir cada gesto, cada olhar, toda emoção… Que não nos falte a arte! Que não nos falte a música!

Kintsugi

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Na cultura japonesa, objetos de cerâmica que se quebram podem ser restaurados usando o Kintsugi, técnica milenar na qual peças quebradas são juntadas com laca e pó de ouro, realçando as rachaduras ao invés de tentar escondê-las. O objeto então restaurado torna-se ainda mais valorizado, porque revelam, além da própria história, a compreensão de conceitos como transitoriedade e passagem do tempo, a não permanência das coisas e a beleza na imperfeição, no simples, no rústico, todos estes conceitos relacionados a expressão wabi-sabi, com origem na filosofia Zen Budista.

No Dia da Família deste ano, as famílias da nossa comunidade ECCOS foram convidadas a refletir sobre as ‘MARCAS DO TEMPO’ e os conceitos trazidos pelo Kintsugi e wabi-sabi conduziram nossas reflexões:

Quais são as marcas que trazemos de nossa infância? Quais as marcas deixadas pelos nossos pais e avós? Quais são as marcadas deixadas pela escola que frequentamos?
Quais são as marcas que estamos, família e escola, deixando em nossos filhos?
Quais são as cicatrizes que insistimos em esconder e por quê? Ou quais são as cicatrizes que nos enchem de orgulho e satisfação? O que não conseguimos enxergar como belo e digno de ser valorizado? Quais erros não consigo converter para o bem?
O tempo está passando e o que não estamos aceitando? O tempo está passando e como estamos nos preparando?
Quais são os estereótipos e paradigmas que precisamos transpor para alcançar a felicidade? Que conceitos preciso desconstruir e quais novos significados preciso reconstruir?

Somos feitos de memórias… Ter um tempo para resgatá-las, relembrá-las e ainda poder compartilhá-las com quem amamos, tornam estas memórias ainda mais vivas e significativas, pois deixam de ser apenas nossas e passam a ser as memórias de toda uma geração. Assim foi nosso Dia da Família MARCAS DO TEMPO.

Para aqueles que estiveram presentes, a manhã foi de intensa reflexão em família, em atividades desfrutadas juntos, papais e mamães, filhos e filhas, netos e avós, pais e filhos, tios, tias, padrinhos e madrinhas, famílias e escola!

Criando filhos numa redoma de vidro

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No dia 16 de abril aconteceu a roda de conversa “Criando filhos numa redoma de vidro” com a presença dos pais e professores do Berçário e Educação Infantil ECCOS e com a mediação da psicóloga Maria José Lima.

Em roda, a leitura dos capítulos VIII e IX do livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine Saint Exupéry, despertou as experiências daquele que é responsável pelo outro: conversamos e compartilhamos as alegrias, dificuldades, frustações, intenções e desejos, ideias e ações para essa importante tarefa de criar e educar os filhos no século XXI. Estes foram alguns dos assuntos abordados:

  • As crianças estão cada vez mais informadas e são incentivadas, pelos pais e pela escola, a se posicionar e argumentar. Nessa relação de diálogo, que cuidados nós pais devemos ter para não encarar nossos filhos como mini adultos?
  • O tempo todo criamos expectativas em relação aos nossos filhos: Serão atletas? Seguirão tal carreira? Serão responsáveis e íntegros? Minimamente serão melhores do que nós pais?… Em que medida essas expectativas são benéficas? Como não sufocar nossos filhos com nossas expectativas?
  • Soltar ou prender? Educamos para autonomia? Quando não estivermos presentes, eles irão tomar boas decisões? Na faculdade, darão conta de cuidar de sua própria roupa, de sua própria comida? O que posso fazer hoje para incentivar essa autonomia?
  • Meu filho é tão esperto! Conversa, argumenta, já sabe ler, faz coisas que jamais imaginaria com tão pouca idade! Mas será que emocionalmente ele está maduro? A sociedade exige o desenvolvimento intelectual, mas estarão nossos filhos cuidados no “ser” e no “conviver”?
  • Não existe receita ou fórmula mágica na criação dos filhos. Em momentos de conflito, além do diálogo e de uma escuta atenta, os pais devem ter empatia, isto é, devem dizer e demonstrar que compreendem o sentimento/reação do filho diante da circunstância causadora do conflito, mas como pessoa mais experiente da relação, os pais devem estabelecer os combinados/crenças e rotina seguida pela família e não pelo querer egoísta do filho. Esse sentimento de pertencimento à família é muito importante e deve ser cultivado.

E se pudéssemos, a roda se estenderia até o amanhecer… Pois esses momentos de diálogo coletivo nos apaziguam a alma ao reconhecermos nos outros as mesmas dificuldades; nos confortam por saber que com atitudes simples podemos recalcular a rota; nos enchem de esperança por saber que com nossa abertura para reflexão, empatia e diálogo, nossos filhos têm grande potencial de serem felizes!